sexta-feira, 16 de maio de 2008

Hora do chá: branco x verde

Nem bem digerimos os efeitos benéficos do chá verde – ele tem ação desintoxicante, é diurético e acelera o metabolismo – e já se fala num parente seu mais poderoso. O chá branco, que, por ser uma versão menos processada, acredita-se que tenha maior eficácia em retardar o envelhecimento, combater os quilos extras e reduzir o colesterol alto. Será?

Para nós, ocidentais, o chá branco tem sabor de novidade. No entanto, a bebida é conhecida entre os chineses desde os primórdios da dinastia Song (de 960 a 1275 d.C.). Lá, ele é muito apreciado no verão por ser refrescante e suave. Por aqui, ganhou notoriedade pelo exotismo de seu plantio e de sua colheita e pelos possíveis benefícios à saúde e à boa forma. Assim como o chá verde e o preto, o branco também é extraído da Camellia sinensis, uma planta procedente principalmente do sul da China e do norte da Índia. Para produzi-lo, diferentemente dos outros, só os brotos mais jovens, ainda cobertos de uma penugem branca, são colhidos. Todo esse processo é manual. “Para manter a cor característica dele, é importante retirar da árvore apenas os botões fechados, que não sofreram o processo de fotossíntese sobre a clorofila, a responsável pelo tom verde dos demais chás”, explica o homeopata Luiz Antonio Costa, membro do Comitê de Plantas Medicinais e Fitoterápicas do Ministério da Saúde. Depois de colhidos, os brotos secam naturalmente, sendo assim menos processados que as folhas dos chás verde e preto. “A colheita do chá branco, no Oriente, acontece uma vez por ano, entre os meses de abril e maio. A primeira safra oferece sabor suave e a segunda produz uma bebida mais encorpada”, conta a estudiosa Carla Saueressig, proprietária da Loja do Chá, de São Paulo.

MEIAS VERDADES

Por ser proveniente de brotos muitos jovens, na plenitude de seus princípios ativos, o chá branco logo ganhou a fama de ser uma versão potencializada do verde. “Os botões nessa fase apresentam uma hiperconcentração de polifenóis (antioxidantes) e de catequinas (compostos que diminuem os riscos de mau funcionamento celular), o que pode sugerir uma ação mais eficiente no combate às enfermidades quando comparado ao chá verde. No entanto, ainda estamos num campo experimental e é mais seguro prescrever o chá branco como um suplemento alimentar e não como um medicamento”, atesta Costa. Não que o chá branco não tenha sido alvo de pesquisas, ao contrário. A controvérsia é em relação a sua superioridade ao verde. “Com base nas últimas análises, posso afirmar que os benefícios do chá branco são semelhantes aos do verde. As diferenças são pequenas”, argumenta o fitoterapeuta Cezar Bazani, diretor da Sociedade Brasileira de Fitoterapia. No que toca à discrepância entre os dois chás, o médico se refere, entre outros trabalhos, ao realizado em 2007 pela Universidade de Oregon, nos EUA, comandado pelo Instituto Linus Pauling, onde o chá branco foi diluído em água e dado a um grupo de ratos por mais de oito semanas. A outro grupo, deu-se a quantidade equivalente de cafeína sem o chá. Num determinado momento do experimento, as cobaias receberam agentes carcinogênicos. A observação dos resultados revelou que os animais que tomaram chá branco se desintoxicaram mais rapidamente e apresentaram poucas lesões pré-cancerosas no cólon. Os pesquisadores concluíram, então, que o primeiro grupo apresentou melhores resultados porque o chá branco, além dos ativos antioxidantes, concentra um alto índice de cafeína (maior do que qualquer outra versão do chá) e, conseqüentemente, protege mais contra a formação de lesões pré-cancerosas no intestino grosso. Apesar da boa notícia, não se pode considerar esse trabalho como definitivo. E mais: o resultado da pesquisa, se comparado com outros estudos feitos com o chá verde, mostra apenas que o chá branco tem um poder antimutagênico maior que o verde. “Mas isso é como dizer que limão tem mais vitamina C que laranja. E daí? É muito irrelevante dizer que só isso prova a superioridade do chá branco sobre o verde”, dispara o fitoterapeuta João Bosco.


PRAZER TAMBÉM É SAÚDE


O dermatologista Adilson Costa, coordenador do Núcleo de Pesquisa Clínica em Dermatologia da PUC de Campinas (SP), também alerta sobre os reais benefícios dessa versão de chá para a pele: “Não há estudos clínicos envolvendo seres humanos que compare os resultados antienvelhecimento do chá branco com o verde, com placebo ou até um grupo de controle sem tratamento. Faltam pesquisas de longo prazo, com metodologia ampla, que comprovem a superioridade cosmética e medicinal do chá branco”.

Enquanto os cientistas se servem do chá branco para experimentos mais conclusivos, as lojas comemoram a venda do produto. “Depois que a imprensa começou a falar dele, a procura aumentou muito. E olha que eu já importo esse tipo de chá há mais de oito anos, mas só agora ele caiu nas graças do público”, conta Carla Saueressig. Raro, por isso caro, o chá branco é vendido a granel, geralmente a partir de 50 g, que custam em média R$ 55 (quantidade suficiente para 4 litros da bebida). Os especialistas recomendam usar folhas desidratadas, em vez de saquinhos industrializados. Outro cuidado é quanto à validade. “Para preservar o sabor, a cor e as propriedades, as folhas não devem ser guardadas por mais de um ano”, ensina Cezar Bazani. Quanto ingerir não é consenso, apesar de muitos indicarem até três xícaras diárias, a mesma quantidade recomendada de chá verde. “O que vale é o ritual prazeroso que o chá implica. Esqueça se ele vai ou não nos deixar mais jovens, magros ou com a pele sedosa. Saboreie sem pressa seu gostinho levemente frutado, aprecie o aroma delicado, enfim, curta o momento. Isso só faz bem ao corpo e à alma”, conclui Carla Saueressig.


Como preparar

Devido ao tanino, uma substância acentuada nos brotos jovens da camélia, o chá branco tem sabor mais forte que o verde. O que não quer dizer que seja amargo. Quando preparado corretamente, seu gosto é sutil e refrescante. Assim como os demais chás, possui cafeína. Portanto, para evitar a insônia, aconselha-se consumi-lo até as 18 horas. Use de preferência água mineral, sem cloro: 1 litro para entre 11 e 13 g de erva. Aqueça a água entre 70 e 80 oC, deixe esfriar um pouco e deposite as folhas. O tempo de infusão para a maioria dos chás brancos é de 2 a 3 minutos – o Silver Needles, a versão mais sofisticada da bebida, pede até 15 minutos. Adoçar ou não e prová-lo quente ou frio fica a gosto de cada um. “O que não se pode fazer é prepará-lo num dia e consumi-lo no outro, pois o líquido oxida e o chá perde suas qualidades”, alerta Carla Saueressig.


Uma planta, quatro chás
A essência dos chás branco, verde, preto e oolong é a mesma, ou seja, a planta Camellia sinensis. Conheça a seguir as características de cada um deles.

CHÁ BRANCO

É a versão menos processada de todas.Características: obtido do miolo e da ponta das folhas jovens, é o que mais conservaria as propriedades da planta.Sabor: delicado e refrescante

CHÁ VERDE

As folhas secam à sombra, submetendo-se em seguida a um aquecimento, em fornos próprios, para inativar as enzimas que promovem a oxidação.Características: seus princípios ativos são preservados. E o teor de cafeína – uma substância originada da oxidação – é baixo.Sabor: levemente amargo.

CHÁ PRETO

É totalmente fermentado.Características: suas folhas são submetidas a secagem prévia, fermentação e secagem final. Por isso, boa parte dos princípios ativos é prejudicada. A oxidação produz um teor elevado de cafeína.Sabor: amargo, excitante. CHÁ OOLONGEssa variedade se difere das anteriores por ser parcialmente fermentada. Sofre cerca de 30% de fermentação em comparação ao chá preto.Características: mais excitante do que o verde.Sabor: não tão forte quanto o preto.

Texto: Raphaela de Campos Mello

terça-feira, 13 de maio de 2008

ARRUDA, ESSA DESCONHECIDA


Por: Rose Aielo Blanco

Apesar de ter aplicação na medicina natural e até na preparação de bebidas, a arruda ficou famosa mesmo pelos seus "poderes" contra o mau-olhado e outras vibrações negativas.
Não é fácil determinar quando surgiu a fama da arruda (Ruta graveolens) como erva protetora. O que se sabe é que em culturas muito antigas, são encontradas referências sobre seus poderes contra as "más vibrações" e seu uso na magia e religião. Na Grécia antiga, ela era usada para tratar diversas enfermidades, mas seu ponto forte era mesmo contra as forças do mal. Já as experientes mulheres romanas costumavam andar pelas ruas sempre carregando um ramo de arruda na mão - diziam que era para se defenderem contra doenças contagiosas mas, principalmente, para afastar todos os males que iam além do corpo físico (e aí se incluíam as feitiçarias, mau-olhado, sortilégios, etc.).

Na Idade Média - época em que acreditava-se que as bruxas só poderiam ser destruídas com grandes poderes como o do fogo - a arruda reafirmou sua fama, pois seus ramos eram usados como proteção contra as feiticeiras e, ainda, serviam para aspergir água benta nos fiéis em missas solenes. O uso desta planta nas práticas mágicas do passado é impressionante. Em todas as referências pesquisadas, encontrei receitas que empregam a arruda como ingrediente. William Shakespeare, na obra Hamlet, se refere à arruda como sendo "a erva sagrada dos domingos". Dizem que ela passou a ser chamada assim, porque nos rituais de exorcismo, realizados aos domingos, costumava-se fazer um preparado à base de vinho e arruda que era ingerido pelos "possessos" antes de serem exorcizados pelos padres.

A fama atravessou séculos e fronteiras: no tempo do Brasil Colonial a arruda podia ser vista com frequência, repetindo a performance dos tempos antigos, só que desta vez, associada aos rituais africanos.

Numa famosa pintura intitulada "Viagem Histórica e Pitoresca ao Brasil, o artista Jean Debret retrata o comércio da arruda realizado pelas escravas africanas. O galho de arruda era vendido como amuleto para trazer sorte e proteção. E não eram apenas as escravas que usavam os galhinhos da planta ocultos nas pregas de seus turbantes - as mulheres brancas colocavam o galhinho estrategicamente escondido nos seios. Outro fator teria reforçado o valor da arruda naquela época: a infusão feita com a planta era usada como uma espécie de anticoncepcional e abortivo.

Medicinal, com reservas
Também conhecida como arruda-dos-jardins, arruda-fedorenta ou ruta-de-cheiro-forte, a arruda é uma representante da Família das Rutáceas. É uma planta considerada sub-arbustiva ou herbácea, lenhosa, que apresenta caule ramificado, pequenas folhas verde-acinzentadas e alternadas. As flores também são pequenas e de coloração amarelo-esverdeada. Originária da Europa, mais especificamente do Mediterrâneo, a arruda se dá muito bem em solos levemente alcalinos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. A planta necessita de sol pleno pelo menos algumas horas por dia. Sua propagação se dá por meio de estacas ou sementes.

Trata-se de uma planta muito resistente que, se atendidas suas necessidades básicas de cultivo, dificilmente apresentará problemas. A colheita normalmente pode ser feita cerca de 4 meses após o plantio.

Quanto às propriedades medicinais da arruda é interessante, antes de prosseguir, fazer uma observação: há séculos, divulga-se que a planta apresenta propriedades muito ligadas ao desejo sexual masculino e feminino, mas de formas diferentes: seria um anafrodisíaco (ou anti-afrodisíaco) para os homens e um excitante para as mulheres. Ainda não foi possível comprovar a veracidade dessas indicações, entretanto, nos escritos (datados de 1551) de Hieronymus Bock, considerado um dos primeiros botânicos da história, havia a recomendação para que monges e religiosos ingerissem a arruda, misturada aos alimentos e às bebidas, para garantir a pureza e castidade. A verdade é que esta planta era realmente muito abundante nos jardins dos mosteiros.

Uma substância chamada rutina é a responsável pelas principais propriedades da arruda. Ela é usada para aumentar a resistência dos vasos sangüíneos, evitando rupturas e, por isso é indicada no tratamento contra varizes. Popularmente, seu uso é indicado para restabelecer ou aumentar o fluxo menstrual e, também, para combater vermes. Como uso tópico, o azeite de arruda, obtido com o cozimento da planta, é aplicado para aliviar dores reumáticas. Seu aroma forte e característico, detestado por muita gente, é considerado um ótimo repelente, por isso a arruda é colocada em portas e janelas para espantar insetos.

A arruda é, ainda, muito usada na medicina popular para aliviar dores de cabeça e, segundo os especiaistas, isso pode ser explicado porque ela apresenta um óleo essencial que contém undecanona, metilnonilketona e metilheptilketona. Todas essas substâncias de nomes complicados possuem propriedades calmantes e, ao serem aspiradas, aliviam as dores e diminuem a ansiedade.

Apesar das propriedades medicinais conhecidas há séculos, o uso interno desta planta é desaconselhado pois, em grande quantidade, a arruda pode causar hiperemia (abundância de sangue) dos órgãos respiratórios, vômitos, sonolência e convulsões. O efeito considerado "anticoncepcional" na verdade é abortivo, pois provém da inibição da implantação do óvulo no útero, sendo que a ingestão da infusão preparada com a arruda para esta finalidade é muito perigosa e pode provocar fortes hemorragias.

Por incrível que pareça, a arruda também teve muita aplicação na culinária: suas sementes e folhas eram usadas para enriquecer saladas e molhos, em virtude das boas doses de vitamina C contidas na planta. Seu uso era considerado uma defesa contra o escorbuto. Além disso, a planta também servia para aromatizar vinhos.

No sul da Europa, as raízes da arruda eram adicionadas a um tipo de bebida chamada "grappa", para funcionar como um licor digestivo.

Curiosidade
Existe uma história muito curiosa - não se sabe se é verdadeira - que relaciona a arruda ao "Vinagre dos quatro ladrões". Conta-se que no século XVII, a Europa padeceu com uma grande peste que dizimava centenas de pessoas por semana. Ninguém conhecia a causa da doença e muito menos a cura. Grandes cruzes vermelhas eram pintadas nas paredes para marcar as casas de pessoas atacadas pela praga. Alguns ladrões, porém, pareciam completamente imunes: entravam naquelas casas, roubavam os mortos e não adoeciam. Muito tempo depois, descobriu-se como esses ladrões se protegiam - era com uma espécie de vinagre, preparado com arruda, sálvia, losna, menta, alecrim, lavanda, cânfora, alho, noz-moscada, cravo e canela; tudo bem misturado em um galão de vinagre de vinho.

* Rose Aielo Blanco é jornalista e editora da Revista
Jardim de Flores«««clicaraqui

ARRUDA
Nome Científico: Ruta graveolens L.
Nome Popular: Arruda – comum, arruda – dos – jardins, arruda – fedorenta, ruta, ruta – de – cheiro – forte, arruda – doméstica, erva- arruda.
Família: Rutaceae
Aspectos Agronômicos: Tem excelente adaptação às diversas condições climáticas. O plantio é feito por meio de sementes, em sementeiras e logo depois transplantadas para local definitivo ou propagação vegetativa. Já por estaquia, as estacas demoram de 2 a 2,5 meses para serem transplantadas. Aconselha-se sombreamento parcial das plantas. Ela desenvolve-se melhor em solos ricos em matéria orgânica e permeáveis. A colheita é feita entre seis e oito meses após plantio, e duas vezes ao ano, antes da floração.
Parte Usada: Toda a planta
Constituintes Químicos: - glicosídeos (rutina) - lactonas aromáticas (cumarina, bergapteno, xantotoxina, rutaretina e rutamarina) - glicosídeos antociânicos - alcalóides (rutamina, rutalidina, cocusaginina, esquiamianina e ribalinidina) - metilcetonas (metilnonilatona) - flavonóides ( hesperidina) - rutalinio - rutacridona - terpenos (?- pipeno, limoneno, cineol) - ésteres - psoraleno.
Origem: Sul da Europa
Aspectos Históricos: Leonardo da Vinci e Michelangelo afirmavam que, graças aos poderes metafísicos da arruda, o seu sentido criativo e a sua visão interior melhoraram consideravelmente. Com os ramos aspergia-se água benta sobre as multidões. Era considerada uma importante defesa contra a peste negra. Os ladrões que roubavam as vítimas da peste negra protegiam-se com o chamado “ vinagre dos quatro ladrões” , de cuja composição ela fazia parte, Era também um dos principais componentes da mitevidade, antídoto grego contra todos os venenos. Esta planta apareceu nas armas da Ordem do Cardo, escocesa,e inspirou o desenho do naipe dos baralhos de cartas. Ela é usada desde a antiguidade para proteger as pessoas do mau olhado.
Uso:
* Fitoterápico: - Normalização das funções do ciclo menstrual (menstruação escassa). - Fragilidade dos capilares sanguíneos.
- Parasitas (piolhos e lêndeas). Verminoses (oxiúros)
- Dores de ouvido. Varizes e flebite. Combate da calvície.
- Asma brônquica, pneumonia e cefaléia.
- Ansiedade e insônia.
- Reumatismo, clerose, paralisia e nevralgias.
- Incontinências de urina e prisão de ventre.
* Farmacologia: Tem ação emenagoga, sudorífica, anti – helmíntica, anti – hemorrágica, abortiva, carminativa, antiespasmódica, diaforética e estimulante. A rutina aumenta a resistência dos capilares sangüíneos, evitando sua ruptura e blenorragia. Provoca uma leve contração de útero (ela congestiona este órgão), estimula as fibras musculares, provocando-lhes a contração. Pode levar a hemorragia grave.
Riscos: - Seu uso durante a gravidez é contra – indicado. - O seu uso externo por pessoas com pele sensível é contra – indicado. - Pode levar a hemorragia em mulheres grávidas, provocando o aborto.
Dose Utilizada:
* Fitoterápico: - Infusão: 2 a 3g de folhas secas em 1 litro de água. Ingerir 2 xícaras (chá) por dia. - Vermífugo: 20g de arruda para 1 litro de azeite comestível. Ingerir 2 a 3 colheres (chá) por dia. - Tintura: 1 copo de folhas frescas picadas em 1 litro de álcool (contra sarna).
- Cataplasma: varizes e flebite.
- Decocção: utilizar 100g de planta fresca em ½ litro de água. Fazer lavagem nos olhos.
Bibliografia: -Martins,E.R.; Castro,D.M.; Castellani,D.C.; Dias,J.E. Plantas Medicinais. Viçosa: UFV, 2000, p.77 – 79. -Teske,M.; Trenttini,A.M. Compêndio de Fitoterapia. Paraná: Herbarium, 3ª edição, abril 1997, p. 46-47. -Panizza,S. Cheiro de Mato. Plantas Que Curam. São Paulo: Ibrasa, 1998, p.34-35. -Côrrea,A.D.; Batista,S.R.; Quintas,L.E.M. Do cultivo à terapêutica. Plantas Medicinais. Petrópolis: Vozes, 1998, p.80-81. -Vieira,S. Fitoterapia da Amazônia. São Paulo: Agronômica Ceres, 2ª edição, 1992, p.55. -Júnior,C.C.; Ming.L.C.; Sheffer,M.C. Cultivo de Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas. Jaboticabal: Unesp/Funep, 2ª edição, 1994. p.82. -Balmé,F. Plantas Medicinais. São Paulo: Hemus, 5ª edição, p.66-67. -Sanguinetti,E.E. Plantas Que Curam. Porto Alegre: Rígel, 2ª edição, 1989, p.55. -Balbach,A. As Plantas Curam. Itaquaquecetuba: Vida Plena, 2ª edição, 1992, p. 56-57. -Bremness,L. Plantas Aromáticas. São Paulo: Civilização, agosto de 1993, p. 79.

domingo, 11 de maio de 2008

Os Sumos Naturais


Muitas combinações podem ser transformadas em bebidas refrescantes e saudáveis. Sem esquecer da regra básica que é o uso de água filtrada na preparação, os sumos são uma solução prática de unir o essencial ao agradável. Podemos prepará-los variando cor, sabor e textura: água, frutas e legumes são alimentos indispensáveis para uma boa alimentação.


O corpo humano necessita de hidratação, uma vez que a água desempenha um papel vital no organismo. Ela é necessária para a digestão de alimentos e, entre outras funções, ajuda a manter estável a temperatura do corpo. Já as frutas e os legumes são ricos em vitaminas, minerais e muitos outros nutrientes que protegem o nosso organismo contra doenças, além de fornecerem energia para realizar tarefas. Com o Verão e o aumento de temperatura, é fundamental que se cuide ainda mais da hidratação.

Qualquer pessoa, independentemente da quantidade de informação de que dispõe, saberá dizer que um sumo natural é mais rico em termos nutricionais, e menos prejudicial para o organismo do que um refrigerante. No entanto, consomem-se muito mais refrigerantes do que outras bebidas mais saudáveis.


Tendo em atenção que a água é o melhor líquido que podemos oferecer ao nosso organismo, vejamos as informações presentes nos rótulos de algumas bebidas comercializadas em Portugal:


Rótulo de um refrigerante de sumo

1. Ingredientes: água, açúcar, 5% de sumo de fruta, xarope de glicose, acidificantes, conservantes, espessantes, vitamina C, óleo vegetal, emulsionante, vitaminas B6 e B1.

2. Informação nutricional (valores para 100 ml): 0,1 g de proteínas e lípidos; 9,6 g de hidratos de carbono; 30 mg de vitamina C; 0,3 mg de vitamina B6; 0,21 mg de vitamina B1; 40 calorias.


Rótulo de um refrigerante de chá

1. Ingredientes: água, açúcar, regulador de acidez, sumo de manga 0,12%, extracto de chá e aroma de manga.

2. Informação nutricional (valores para 100 ml): 0 g de proteínas e lípidos; 8,9 g de hidratos de carbono; 36 calorias.


Rótulo de um sumo natural 100%

1. Ingredientes: Sumo de fruta e antioxidante.

2. Informação nutricional (valores para 100 ml): 0,6 g de proteínas: vestígios de lípidos; 9 g de hidratos de carbono; 45 mg de vitamina C; 38 calorias.


Pela análise dos exemplos apresentados, facilmente constatamos que os refrigerantes contêm muitos aditivos e açúcar e não possuem praticamente sumo de fruta. Os aditivos são utilizados para aumentar a durabilidade, para dar bom aspecto e para disfarçar a pobreza de um produto. As colas têm cafeína, um forte estimulante, e os refrigerantes gaseificados possuem gases que irritam o estômago, provocam gases no aparelho digestivo e sobrecarregam de trabalho os rins. Nas bebidas light, substitui-se o açúcar por edulcorantes ou seja, diminui-se o valor calórico, mas aumenta-se a quantidade de aditivos. Os néctares contêm entre 25 e 50% de fruta, mas, no entanto, é-lhes adicionado muito açúcar. Os xaropes ou concentrados de fruta têm, também, muitos aditivos e uma grande quantidade de açúcar. Esta diminui com a diluição, mas também diminui a quantidade de sumo, que já não era elevada.

A pasteurização, que permite prolongar o período de vida do sumo, altera-lhe o sabor.

Os sumos «100 por cento», tal como os que são feitos na hora, conservam os nutrientes da fruta à excepção das fibras. Contudo, os sumos naturais possuem uma quantidade desejável de vitamina C. Os níveis de vitamina C no sangue estão correlacionados com um risco menor de cancro. Um estudo de 30.000 homens e mulheres que vivem em Norfolk, Grã-Bretanha, com idades compreendidas entre os 49 e os 79 anos, mostrou que aqueles que ingeriam a maior quantidade de vitamina C (de frutas e vegetais crus), apresentavam 20% menos de casos de cancro e 50% menos de doenças coronárias. Um sumo fresco, ingerido imediatamente após ser feito, contém cerca de 95% do valor alimentício da fruta ou do legume utilizado. Quem ganha é o organismo que recebe os melhores nutrientes, isto é, vitaminas e sais minerais, e fica com mais defesas naturais. Pesquisas recentes, demonstraram que o beta-caroteno, um antioxidante presente em inúmeros tipos de frutas e vegetais, tem um papel muito importante na prevenção de doenças, pois defende as células e neutraliza as moléculas nocivas.Se compreendermos o real perigo que os refrigerantes representam na dieta alimentar, por causarem desequilíbrios nutricionais e falta de apetite, por se tornarem habituais, por serem os principais responsáveis pelo aparecimento, precoce e grave, da cárie dentária, percebemos que o seu consumo não faz sentido. É verdade que é difícil resistir ao marketing que a indústria e o comércio fazem, mas só a nós cabe a decisão de seguir pelo caminho mais correcto.Os sumos naturais de fruta, devem servir para substituir os refrigerantes e bebidas similares, mas nunca para substituir a água e a fruta.


Assim, apresentamos algumas sugestões para a elaboração de sumos naturais ou «néctares verdes»»»AQUI

Chá, remédio natural


O chá é uma bebida feita a partir de folhas, flores, sementes, cascas, raízes ou frutos de uma planta. A quantidade de chás à nossa disposição é imensa e existem para todos os gostos. Também as suas propriedades são as mais variadas: refrescantes, estimulantes, desinfectantes, diuréticas, expectorantes, digestivas, calmantes, tónicas, anti-espasmódica, antisséptica, adstringentes, febrífugas, etc. As infusões são fáceis de preparar, económicas, muito raramente apresentam efeitos secundários ou contra-indicações e geralmente podem ser tomadas por qualquer pessoa, o que as torna em excelentes remédios naturais.
Hipericão ou erva-de-São-João
Tem efeitos antidepressivos, laxantes, diuréticos e antiespamódicos. Reforça os vasos sanguíneos, estimula a digestão e é um soporífero ligeiro mas eficaz. Em caso de constipação ou de infecções das vias respiratórias, beber 2-3 chávenas de um infuso de 15-30 g de flores secas num litro de água a ferver durante 10 minutos.
Hortelã-pimenta
Expectorante, tónica, digestiva, anti-espasmódica, estimulante, antisséptica. A hortelã expulsa gases, combate náuseas e vómitos nervosos. É ainda indicada para cálculos biliares, na lactação e em menstruações dolorosas. Ameniza calafrios, constipações, febre, vertigens, palpitações, reumatismo, cólera e cardiopatias. Tomar à vontade infusões feitas com 1 colher (sopa) numa chávena de água.
Kombu
O chá de alga Kombu alcaliniza o sangue e torna-o mais forte, ajuda a eliminar do organismo gordura e proteína animal, acalma, torna o raciocínio mais límpido e é também eficaz nalguns tipos de insónias. Limpa com um pano húmido um pedaço de alga Kombu com cerca de 7 centímetros. Coloca a alga num litro de água e deixa levantar fervura. Reduz a chama para o mínimo e deixa ferver em chama muito baixa (o tacho deve estar tapado com uma tampa) durante cerca de 15 minutos. Bebe uma chávena quente. Podes voltar a aquecer e bebe 2 ou 3 chávenas por dia.
Laranjeira
A tisana de flores de laranjeira relaxa o sistema nervoso e predispõe ao sono. Contra a insónia, podem tomar-se, antes de ir para a cama, 20g de flores ou folhas de laranjeira deixadas em infusão durante 10 minutos num litro de água a ferver. Três chávenas por dia de 10 g de folhas de laranjeira em infusão durante 10 minutos num litro de água a ferver ajudam a acalmar as cefaleias, combatem as afecções cardíacas, têm virtudes digestivas, tranquilizantes e antiespasmódicas. Contra a febre pode preparar-se a bebida da seguinte forma: pegar numa laranja cultivada biologicamente, cortá-la aos pedacinhos (com a casca). Deitar por cima das laranja cortada uma colher de açúcar e meio litro de água a ferver. Pisar ligeiramente e deixar macerar. A bebida deve ser bebida fria
Limão
O chá de casca de limão é desinfectante, anti-séptico e germicida. O limão elimina o ácido de úrico do organismo, e é por isso indicado para reumatismo, gota e arteriosclerose. Combate ainda a diarreia, constipações, alcaliniza o sangue e diminui a acidez do estômago. Também é usado para fazer gargarejos.
Louro
As astenias (fraqueza) podem ser tratadas colocando em infusão durante 15 minutos em água a ferver 3 folhas de loureiro por chávena. A infusão deve ser bebida três vezes por dia longe das refeições. Em caso de indigestão deixam-se durante 10 minutos 30 g de folhas frescas ou secas por cada litro de água. Deve beber-se uma chávena depois das refeições. Para as dores menstruais aconselha-se uma infusão (10 minutos) de 20 g de folhas de loureiro num litro de água a ferver. Deve beber-se duas chávenas por dia desta bebida na semana precedente à data prevista para o início da menstruação.
Maçã seca
Chá refrescante, de acção adstringente, febrífuga e digestiva. Ferve-se uma chávena de água com 4 a 6 pedaços de maçã. Deixa-se descansar alguns minutos e toma-se à vontade.